Desculpem perguntar, mas por vezes surgem-me estas dúvidas, perguntas que se formam na minha cabeça vindas do nada, sem nenhuma explicação aparente, colocando a interrogação bem no meio da minha vida, provocando a pergunta, a interrogação, que tal como agora me surgiu de repente. Para que servem as vírgulas?
É uma pergunta estúpida, não é? Talvez seja, mas afinal não é melhor nem pior do que esta que acabei de fazer, se é estúpida a pergunta.
Mas para mim não é nada estúpida e faz todo o sentido perguntar. As vírgulas só complicam as frases, só servem para nos enganar. Quem as lê e interpreta, pode perceber tudo ao contrário do que quis dizer, porque a vírgula mal posta altera tudo, pode negar o que se afirma, trocar todo o sentido, dizer o que se não quer.
Já fiz isso também, e como tenho o péssimo hábito de não reler o que escrevo, choquei com ela, com a vírgula, na resposta que recebi. Uma resposta que não entendi, apesar de nessa resposta, todas as vírgulas estarem nos seus devidos lugares, muito certinhas.
Quem escreveu sabia, sabia que as vírgulas estavam certas, porque leu e releu tudo, conferiu o sentido e só depois enviou. Mas eu não, não sabia que as minhas vírgulas estavam erradas, que não deviam estar ali, naquela linha, depois daquela palavra e fiquei furioso. E quando fico furioso saltam-me as vírgulas, e quando tal acontece, as frases ficam longas, chatas, ofensivas e há virgulas que se juntam a pontos, em pausas mais longas, pausas que deixam o outro respirar, quando não deveria ser assim.
Acho que a vírgula não devia existir. Seria muito mais fácil assim, porque as frases só teriam pontos. Ponto, ponto parágrafo, ponto final e, no primeiro respirava, no segundo descansava e no terceiro acabava. Se não houvesse vírgulas, todos escreveríamos frases mais curtas porque só poderíamos respirar no ponto. Sem vírgulas, o sentido da frase ficaria ao cuidado de quem lia, obrigando cada um a saber o que o outro queria, mesmo antes de a frase receber. Seria preciso conhecer-te melhor, investir mais, criar mais cumplicidades, estar mais atento, adivinhar qual a entoação.
Mas logo tinham que inventar este caracol…
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