sábado, 23 de fevereiro de 2013

Se eu fosse um poema


Se eu fosse um poema,
Cantaria dos sentimentos
A ternura do olhar,
O carinho dos dedos que tocam,
O tremor do roçar dos corpos,
A magia dos abraços quentes,
O brilho de um grande amor,
O furação arrasador da paixão.

Mas lugar não faltaria
Para as cumplicidades conseguidas,
As diferenças respeitadas,
O entregar-se sem medida,
Para as lágrimas e dores,
Para o adeus e para um olá.

Se eu fosse um poema,
Seria vermelho como a rosa,
Ou pintado de sangue,
Teria o perfume de flores
De mil prados,
Ou de campos de trigo
Salpicados de vermelhas papoilas.

Se eu fosse um poema,
Soaria na melodia de um tango,
Sensual,
Onde o ondular dos corpos,
Se confundiria em lindos
Jogos de sedução.

Se eu fosse um poema,
Não teria versos,
Porque a vida não tem rimas,
Mas talvez fosse tempo,
Momentos e prazer.

Mas eu não sou poema,
Sou apenas eu,
Agora e aqui,
E quem sabe… amanhã.


12.02.2013